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O olhar criativo de

Rui Cardoso Martins

Rui Cardoso Martins nasceu em Portalegre e, nesta viagem, regressa ao Alentejo do seu coração.

Escritor, cronista e argumentista, Rui Cardoso Martins raramente está parado. 

Escreveu os romances E Se Eu Gostasse Muito de Morrer, Deixem Passar o Homem Invisível (Grande Prémio do Romance da APE, 2009), entre outros.

Foi repórter na fundação do Público (cerco de Sarajevo, eleições na África do Sul, etc.) e escreveu para cinema o argumento do filme A Herdade (com Tiago Guedes), candidato a Leão de Ouro no Festival Internacional de Veneza 2019. 

Autor da peça Última Hora (TNDM II, 2020) Co-autor do argumento da série policial Sul. Co-autor de Contra-Informação, Herman Enciclopédia, etc. Está a ultimar outros projectos literários e cinematográficos. Tem traduções em vários idiomas.

Nasci no interior, ao lado de Espanha, mas todos os anos preciso de voltar ao mar do Alentejo, é ai que encontro a praia da infância. Num instante faço um castelo de areia que uma onda desfaz.

[Santa Susana]

Dez ruas de branco, branco e azul, dizem-na a terra mais limpa de Portugal.

Lembro-me da minha mãe ao falar nisto, é o Alentejo, o branco da cal e o limpar obsessivo das mulheres (como é desenhar e, por vezes, escrever). Nem 400 almas.

São 11 da manhã, os passarinhos saltitam nas árvores, as cegonhas gloteram (assim se diz) no campanário e os homens tagarelam na esplanada do Café Coelho. Um rapaz diz aos velhos: “Sabem o que aprendi hoje? A misturar cimento. Daqui a pouco tenho licenciatura.”

A Arrábida do céu ao fundo do mar é inteira.

Se tivesse de contar a uma criança sobre a sua viagem, o que diria?

Viaja pelo Mundo, mas conhece o Alentejo ou não conheces nada.

Tinha alguma ideia previamente criada sobre [a região] e de que forma esta experiência a alterou?

O meu Alentejo é belo, mas tão diverso que já perdera noção das grandezas. 

Se tivesse de recomendar o Alentejo a amigos, o que diria?

Mesmo que não saibas por onde vais — ou para onde vais — vai por aí.

De que forma esta experiência mudou a sua forma de viajar de hoje em diante?

Tenho de convidar um/a desenhador/a (ok, sketcher...) como companhia. Vêem tudo melhor.